Quais os pilares do pensamento computacional?

Alinhada às mudanças sociais e do mercado de trabalho, a Base Nacional Comum Curricular oferece um direcionamento essencial para que os estudantes formem um conjunto de conhecimentos e habilidades que os tornem aptos a lidar com os desafios do futuro e com a construção de uma sociedade mais justa. Levando em conta esse cenário de transformações, a BNCC conta, hoje, com um enfoque na cultura digital, com o reforço de competências como o pensamento computacional. Mas do que se trata esse conceito?

Para abordar o tema, nós preparamos um novo artigo explicando como o pensamento computacional pode ser aplicado dentro dos contextos de ensino e aprendizagem, quais são os seus quatro pilares e quais benefícios ele oferece na formação dos estudantes. 

Boa leitura!   

Entendendo o pensamento computacional e a sua aplicação na sala de aula

Antes de mais nada, é fundamental definirmos, com clareza, o conceito de pensamento computacional. De modo objetivo, o pensamento computacional diz respeito a uma competência que se desenvolve nos processos de aprendizagem e tem como foco central a resolução de problemas, a partir de um entendimento lógico e algorítmico de diferentes contextos. 

Sua definição está diretamente ligada à forma como as tecnologias computacionais processam informações e esse modelo é aplicado em diferentes possibilidades de ensino – a interpretação de um gráfico, a compreensão de fórmulas matemáticas, o reconhecimento de padrões, a eficiência na interpretação de problemas etc. 

É muito importante deixar claro, no entanto, que, apesar de partir de princípios da Ciência da Computação, as possibilidades de utilização dessa abordagem podem incluir diversas disciplinas – do estímulo à criatividade nas aulas de Artes, passando pelo estudo bibliográfico e análise de fontes na área de Humanidades até o estudo de hipóteses nas disciplinas de Ciências e Matemática.

Não por acaso, o pensamento computacional está presente como uma das bases pedagógicas do Colégio Ítalo. 

Confira mais detalhes dessa abordagem:

Ensino Fundamental (Nível Introdutório)

Nessa fase, o aluno passa a ter contato com os princípios básicos do pensamento computacional, por meio, por exemplo, de:

  • Estudo do que são algoritmos e como eles são implementados em dispositivos digitais; 
  • Execução de programas de maneira precisa e sem instruções ambíguas;
  • Correção de erros em algoritmos simples; 
  • Funcionamento de programas simples; 
  • Reconhecimento dos usos comuns da Tecnologia da Informação fora da instituição de ensino.

Ensino Fundamental (Nível Intermediário)

No próximo passo, o estudante passa a se familiarizar com linguagens de software e uso de recursos digitais para que alcance objetivos específicos de modo mais complexo e aprofundado. Nessa fase, são aplicadas atividades que incluem:

  • A projeção, o uso e a avaliação de abstrações computacionais modeladas a partir de comportamentos ou problemas do mundo real e sistemas físicos;
  • O uso de diversos algoritmos-chave da Computação;
  • A comparação de diferentes algoritmos alternativos para solucionar os mesmos problemas; 
  • O uso de duas ou mais linguagens de Programação, sendo uma delas textual;
  • A seleção, o uso e a combinação de uma variedade de softwares e serviços para atingir objetivos específicos. 

Ensino Médio (Nível Intermediário)

Em seguida, o aluno é ensinado a utilizar modelos de projeção computacional para a resolução de problemas do mundo físico e questões mais avançadas, como o uso de redes de computadores para a comunicação e o trabalho colaborativo. 

Ensino Médio (Nível Avançado)

Na última etapa do ciclo do pensamento computacional, o aluno passa a entender aplicações da Ciência da Computação que podem contribuir com a sua carreira – do design thinking ao estudo de princípios da Tecnologia da Informação.

Quais os pilares do pensamento computacional?

É importante destacarmos, ainda, que o pensamento computacional se baseia em 4 pilares estratégicos que permeiam toda a sua abordagem. São eles:

Decomposição

A partir da decomposição, o aluno aprende estratégias para resolver problemas complexos a partir da divisão daquele contexto em cenários mais simples que facilitam a sua resolução. 

Abstração

Com a habilidade da abstração, o estudante adquire a capacidade de seleção de informações relevantes diante de um vasto volume de dados, reforçando, ainda, suas competências de concentração e foco.

Reconhecimento de padrões

Diretamente ligada à abstração, o reconhecimento de padrões apoia os estudantes a identificar pontos em comum entre diferentes problemas.

Pensamento algorítmico

O pensamento direcionado pela perspectiva dos algoritmos envolve o uso da lógica e a criação racional de caminhos e fórmulas para que se alcance um determinado objetivo.

Por meio de todos esses princípios, por fim, o pensamento computacional é uma ferramenta decisiva para contribuir com a formação estudantil e de futuros cidadãos preparados para liderar transformações na sociedade de modo criativo, resolutivo e levando em conta o bem comum. 

Incentivar a imaginação, em diversos contextos e situações, é fundamental para o processo de aprendizagem. Em nosso Colégio, levamos isso a sério, estimulando constantemente em diferentes conteúdos. 

 

Quer saber como aplicamos o processo criativo em aulas de Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História, Geografia, Ética e Empreendedorismo?

  

  1. Língua Portuguesa

Durante as aulas, os alunos são convidados, por exemplo, a entrar no mundo da leitura, por meio de diferentes gêneros textuais, sempre criando novas hipóteses para as atividades propostas e, principalmente, havendo a participação ativa dos alunos na produção de novos gêneros textuais.

 

  1. Matemática

Nossos alunos são convidados a conhecer diferentes tipos de materiais e a criar outras soluções para as situações propostas. Além disso, para a conscientização das operações matemáticas básicas, eles são estimulados a criar novas situações-problemas para consolidar a compreensão do conteúdo. 

 

  1. Ciências

Nossos alunos conduzem diferentes tipos de experimentos para concretizar o conteúdo trabalhado. Em uma aula recente, por exemplo, eles foram para o Laboratório e puderam trabalhar a reflexão da luz em diferentes materiais e superfícies.

 

  1. História, Geografia, Ética e Empreendedorismo 

Procuramos contextos atuais e comparamos com os acontecimentos passados, assim, os alunos usam a criatividade constantemente para criar cenários possíveis para diferentes períodos históricos.

 

Vale lembrar que a criatividade é uma competência socioemocional proposta na BNCC (Base Nacional Comum Curricular), que contribui para o desenvolvimento integral do aluno. Ela está presente diariamente em nossas aulas, por meio de questionamentos, levantamento de hipóteses e criação, comparação e análise de diferentes temas.   

 

Muitas vezes, acreditamos que não é possível trabalhar a criatividade em disciplinas como essas, mas, para nós, é essencial desenvolvê-la a cada passo dos nossos alunos na jornada da aprendizagem.

 

E como fomentamos a Criatividade na Educação Infantil? 

Sabemos que a Criatividade é necessária para a formação da criança e auxilia na busca por melhores soluções para a resolução de desafios no dia a dia. Desde a Educação Infantil, estimulamos essa habilidade por meio de jogos, músicas, atividades Maker, além do incentivo à leitura, com a deliciosa “Hora do Conto”, que ampliam o vocabulário e desenvolvem o senso crítico. O LIV – Laboratório Inteligência de Vida é outro projeto que favorece a construção da identidade por meio de histórias e solução de problemas. Sem falar, é claro, nas atividades com o uso da tecnologia, que potencializam o espírito criativo e colaborativo de nossos alunos.    

 

Conheça 5 formas de incentivar a Criatividade na Educação Infantil:

 

    1. Por meio de desafios, adivinhações, brincadeiras e quizzes; 
    2. Atividades de desenho, música, pintura, montagem de blocos e massinha de modelar;
    3. Hora do Conto: incentivo à leitura e dramatização de histórias;
  • LIV – Laboratório Inteligência de Vida: desenvolvimento socioemocional, construção da identidade e solução de problemas;
  • Tecnologias educacionais: com atividades lúdicas e interativas como jogos matemáticos, de linguagens, natureza e sociedade.

 

Esse é o jeito Ítalo de ensinar, acompanhando os interesses dos nossos alunos, que são “nativos digitais” e protagonistas do seu próprio conhecimento, com o constante estímulo à Criatividade, à Inovação e ao Empreendedorismo. 

Thaís Bonfim

Coordenadora Pedagógica

Colégio Ítalo Brasileiro

Solidariedade, amizade, responsabilidade, colaboração, empatia, organização, ética, cidadania, honestidade. Esses valores (ou características) — tão desejáveis nos relacionamentos humanos e cada vez mais requisitados e necessários nos dias de hoje — devem ser ensinados, praticados ou pelo menos estimulados também nas escolas. É o que dizem as novas diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

A Educação Socioemocional (em inglês, SEL – Social Emotional Learning) é o processo através do qual os alunos aprendem, dentro do currículo , a refletir e efetivamente aplicar conhecimentos e atitudes necessários ao longo da vida escolar, educando os corações, inspirando mentes, materializando projetos e contribuindo para a transformação desses estudantes pela educação.

A Educação, cada vez mais, enxerga as pessoas em sua totalidade.Isso significa que os processos pedagógicos utilizados no ensino-aprendizagem consideram os indivíduos a partir de uma multiplicidade de valores.

Um ser humano é o que é devido às suas inúmeras características, ao contexto em que vive e à forma como “transita” pelo mundo.

Sendo assim, a nossa escola, que deseja oferecer uma formação integral consequente com sua linha pedagógica, o fiel da balança deve marcar equilíbrio.


Nessa etapa da educação, ajudamos crianças a partir de 3 anos de idade no reconhecimento de sentimentos e emoções básicas, como medo, alegria, tristeza, raiva e amor, que acreditamos serem fundamentais quando pensamos nos vínculos afetivos.


Na Educação Infantil, com o LIV ( Laboratório de Inteligência de Vida ), buscamos referências teóricas clássicas para subsidiar as atividades formativas com os ‘ pequenos”.


Nas aulas para as turmas de 4 e 5 anos de idade, as crianças são apresentadas a situações vividas em seu dia a dia por meio de histórias interessantes e formativas.


Dessa forma, a presença dessas competências no ensino tem como objetivo desenvolver comportamentos e atitudes com as crianças, que lhes permitam lidar com os desafios e situações cotidianas de maneira mais eficaz e ética.

Mia Couto, escritor moçambicano, autor de Terra Sonâmbula, em live, disse: ” A escola deve entregar o gosto do saber”. Muito oportuno, reforço a palavra GOSTO, porque aí está contida a necessária evolução da escola: instituição-designer de atividades e aulas envolventes e significativas para os estudantes.

Apesar dos avanços visíveis, ainda há uma evolução hesitante, porque, convenhamos, desde que a “escola é escola”, as aulas são presenciais, em fileiras organizadas de carteiras e nucas, e o professor esforçando-se para “contar” para o aluno o que ele sabe. Esta prática centenária molda uma metodologia didático-pedagógica padronizada, resistente, até por zelo, a grandes mudanças.

O caminho da necessária mudança para garantir a aprendizagem é a metodologia ativa, que coloca o aluno no centro das atividades, em movimento virtuoso para aprender, participando ativamente pela proposta dos professores, sem o quê, não aprende e terá impossibilidades de acessar o conhecimento que deveria ter sido assimilado.

Sem participação no momento da ação das aulas, no caso, o aluno não aprende, porque não houve o ensino propriamente dito.

Nessa procura pela aprendizagem, sem dúvidas, a tecnologia educacional tem sido importante apoio didático-pedagógico para professoras e professores, mas, atenção, como uma ferramenta, não estratégia metodológica, porque ela somente dá a resposta, que depende da pergunta, da provocação, do convite à participação estendida para o aluno. Também não é malabarismo, pirotecnia tecnológica, mas surpreendente forma de acesso aos conteúdos e metodologias selecionadas pela BNCC, com importantes propostas de comunicação entre professores e alunos, e estes entre si, potencializando os projetos de ensino para que a aprendizagem se incorpore ao universo cognitivo dos estudantes.

Cabe à escola engajar seus alunos no que já estão engajados, tornando a destreza tecnológica, que já têm, em oportunidade para estudos, avaliações e trabalhos criativos, sustentáveis no tempo.

Finalizando pelo mais importante: nunca foi tão necessária a presença e a ação tecnológica do professor na elaboração de seus itinerários pedagógicos para aulas e atividades, presenciais ou on-line, em que o fundamental é selecionar o que é necessário, indispensável que o aluno saiba para a sua sequência escolar e para a vida – aí está a cultura produzida pela escola.

Valorizamos uma aprendizagem que desperta a criação e a experimentação, promovendo engajamento e maior participação dos alunos. Por meio de ferramentas inovadoras e educativas, complementamos o conteúdo pedagógico e desenvolvemos diversas habilidades dos alunos.

Inserir recursos tecnológicos no ensino faz com que os alunos absorvam o conteúdo com maior facilidade e maior curiosidade. A aprendizagem é abrangente e se torna mais personalizada.


Você conhece estes recursos e sabe como eles são integrados ao aprendizado?

São jogos interativos que estimulam o raciocínio dos alunos por meio de desafios. A cada etapa do jogo, os alunos são incentivados a tomar decisões utilizando estratégias eficientes, atuando de forma colaborativa para encontrar a melhor solução para um problema. Com esta dinâmica, adquirem diversas competências. Conheça algumas delas:  


Habilidades cognitivas: poder de decisão, raciocínio lógico, pensamento criativo;

Habilidades sociais: colaboração, trabalho em equipe, comunicação clara;

Habilidades emocionais: autoconfiança, lidar com emoções, aprender com os erros;

Habilidades éticas: agir pensando no bem estar coletivo, respeito ao próximo.

 

Para entender como os jogos interativos contribuem para a aprendizagem dos nossos alunos, conversamos com a professora Bruna Bomfim, que nos apresentou alguns deles: 

 

Google Apresentações, Nearpod, Google Formulários e Wordwall – recursos que  auxiliam no desenvolvimento das habilidades de reconhecimento das unidades fonológicas como sílabas, rimas, terminações de palavras e aliteração; de reconhecimento de vogais e não vogais; de tipos de texto.

 

Quiver Vision – aplicativo que auxilia no desenvolvimento motor fino contribuindo para o desenvolvimento das capacidades de escrever e recortar”.

 

Inventeca – aplicativo para produzir suas próprias histórias orais e escritas. Com ele, a criança usa a imaginação e criatividade para contar histórias a partir de cenas apresentadas”.

 

Khan Academy, Matfic, Jamboard, Kahoot e Flippity – ferramentas que desenvolvem habilidades matemáticas como relacionar números às suas respectivas quantidades e identificar o antes, o entre e o depois, em uma sequência”.

 

Implementar os jogos interativos em sala de aula ajuda a ampliar os conhecimentos, integrando disciplinas e trabalhando aspectos essenciais para a vivência escolar e formação do estudante, transformando-os em cidadãos críticos, participativos e confiantes.

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