Mia Couto, escritor moçambicano, autor de Terra Sonâmbula, em live, disse: ” A escola deve entregar o gosto do saber”. Muito oportuno, reforço a palavra GOSTO, porque aí está contida a necessária evolução da escola: instituição-designer de atividades e aulas envolventes e significativas para os estudantes.

Apesar dos avanços visíveis, ainda há uma evolução hesitante, porque, convenhamos, desde que a “escola é escola”, as aulas são presenciais, em fileiras organizadas de carteiras e nucas, e o professor esforçando-se para “contar” para o aluno o que ele sabe. Esta prática centenária molda uma metodologia didático-pedagógica padronizada, resistente, até por zelo, a grandes mudanças.

O caminho da necessária mudança para garantir a aprendizagem é a metodologia ativa, que coloca o aluno no centro das atividades, em movimento virtuoso para aprender, participando ativamente pela proposta dos professores, sem o quê, não aprende e terá impossibilidades de acessar o conhecimento que deveria ter sido assimilado.

Sem participação no momento da ação das aulas, no caso, o aluno não aprende, porque não houve o ensino propriamente dito.

Nessa procura pela aprendizagem, sem dúvidas, a tecnologia educacional tem sido importante apoio didático-pedagógico para professoras e professores, mas, atenção, como uma ferramenta, não estratégia metodológica, porque ela somente dá a resposta, que depende da pergunta, da provocação, do convite à participação estendida para o aluno. Também não é malabarismo, pirotecnia tecnológica, mas surpreendente forma de acesso aos conteúdos e metodologias selecionadas pela BNCC, com importantes propostas de comunicação entre professores e alunos, e estes entre si, potencializando os projetos de ensino para que a aprendizagem se incorpore ao universo cognitivo dos estudantes.

Cabe à escola engajar seus alunos no que já estão engajados, tornando a destreza tecnológica, que já têm, em oportunidade para estudos, avaliações e trabalhos criativos, sustentáveis no tempo.

Finalizando pelo mais importante: nunca foi tão necessária a presença e a ação tecnológica do professor na elaboração de seus itinerários pedagógicos para aulas e atividades, presenciais ou on-line, em que o fundamental é selecionar o que é necessário, indispensável que o aluno saiba para a sua sequência escolar e para a vida – aí está a cultura produzida pela escola.
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